Algumas raças de cães são mais ativas que outras. Por consequência, há um número considerável de animais que possa apresentar um comportamento destrutivo. Os do grupo Terrier, por exemplo, têm em seu sangue o impulso de serem grandes caçadores, o que somado à falta de atividade, disciplina e presença constante de um líder, pode desencadear a ansiedade do cão e torná-lo um destruidor.
No entanto, com paciência e um pouco de dedicação, é possível melhorar bastante o convívio entre o pet e os objetos e móveis da casa. É o que afirma o especialista em comportamento canino do Núcleo Pet, Jorge Pereira. “É importante que o dono desenvolva atividades físicas e psicológicas com o cão para que ele não fique muito tempo ocioso”, comenta o adestrador. “Como costumo dizer, ‘cachorro cansado não tem tempo de fazer arte’”, brinca.
No caso de cães que têm hábito de roer objetos plásticos, como para-choques, retrovisores, etc., o comportamento inadequado pode estar ligado a estímulos aos quais eles foram submetidos quando filhotes. Brinquedos plásticos, tais como garrafas pet e bolas, são alguns exemplos. “Muito comuns também são os cachorrinhos muito brincalhões que consideram tudo o que acham pela frente um brinquedo em potencial: um sapato italiano, uma bela bolsa, um celular, entre outras coisas”, comenta o especialista.
Ainda segundo Jorge, nestes casos é importante que o cãozinho tenha uma rigorosa rotina de atividades, com muitos exercícios, e que o tutor brinque com ele e utilize brinquedos de alta resistência, com formato anatômico, que não machucam a boca do cachorro, e que ele possa brincar bastante e se divertir.
Há também casos em que os animais são destrutivos por conta de um distúrbio de comportamento, que são considerados os mais complicados de serem resolvidos. Cães que só destroem as coisas quando seu tutor sai e, quando ele volta e se depara com a bagunça, o pet demonstra arrependimento, é um exemplo do distúrbio comportamental. “Estes casos, muitas vezes, estão ligados à síndrome da separação.
Isso acontece quando o cão é levado para todo lugar em que o dono vai e, quando ele se vê longe da pessoa que lhe traz conforto e segurança, ele utiliza ferramentas para chamar atenção e conseguir o que quer”, comenta Jorge. “Quando ele destrói algo, quem ele quer vai aparecer, mesmo que seja para brigar com ele. E tem outra coisa, o dono não vai mais deixá-lo sozinho e isso é tudo que ele quer”, completa.
Estabelecer disciplina para o amigo de quatro patas é o primeiro passo para resolver o problema. Segundo Jorge, uma das técnicas é realizar saídas curtas, indo e retornando rápido, para o dono mostrar que não vai abandoná-lo. Depois disso, ir aumentando gradativamente as saídas, até que o pet fique tranquilo mesmo sem a presença humana.
Em situações mais complexas, quando o animal sofre de fobia ou ansiedade, ele apresenta muito medo ou realmente pavor de algumas coisas, ou até mesmo de sons. Em alguns casos, além de destruir tudo que está ao seu alcance, o cão também corre um grande risco de se machucar, já que entra em um estado de pânico profundo. “Nestes casos é importantíssimo um trabalho em conjunto, entre um comportamentalista e um veterinário que também tenha conhecimento em comportamento”, comenta o especialista, que completa dizendo que “receitas milagrosas ou treinamentos que resolvem tudo em dois minutos não funcionam, pois muitos desses cães têm apenas uma melhora momentânea em seu comportamento, quando na verdade eles precisarão de acompanhamento constante”.
Sempre que o cão apresentar um comportamento estranho ou diferente, é necessário levá-lo a um veterinário de confiança. Depois de descartada qualquer possibilidade de o mascote estar com algum problema de saúde, o dono deve procurar um profissional para ajudá-lo a resolver um problema de comportamento.
fonte: PetMag
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