Durante este longo período de convívio entre o homem e o cão e devido à falta de instrução, diversos cães saborearam bons pratos de comida, porém, sem todos os nutrientes necessários, junto a maus hábitos.
Hoje, cerca de 40% dos cães levados aos Pet Shops sofrem de obesidade. Esta costuma afetar mais as fêmeas do que os machos e certas raças mais do que outras, como por exemplo, Labrador, Rottweiler, Beagle e Basset Hound.
Afinal, o que é um cão obeso?
É aquele que apresenta não apenas um excesso de peso mas um acúmulo excessivo de gordura no corpo, pois o excesso de peso pode ser devido somente a uma retenção de água ou uma grande massa muscular.
A obesidade é fácil de ser percebida, devido a uma certa deformação física, em virtude dos depósitos de gordura localizados ou generalizados. Um cão em estado normal tem suas costelas visíveis quando movimenta-se e as mesmas são fáceis de palpar.
Causas da obesidade
A causa mais comum, é a superalimentação. É fácil observar que cães obesos comem mais do que precisam. O nome dado a isto é “balanço positivo de energia”.
Para uma alimentação correta, este balanço deve ser nulo, ou seja: o cão deve receber somente o que gasta. A energia fornecida deve compensar exatamente as necessidades fisiológicas (crescimento, gestação, lactação, etc) e atividades físicas (caça, pastoreio, esportes, etc). Para ser mais claro: se o cão tem pouca atividade física e/ou é do tipo que dorme boa parte do tempo, deve receber uma quantidade muito pequena de energia, pois qualquer petisco a mais irá engordá-lo.
A recíproca é verdadeira, por isso, em alguns casos, cães que participam de competições como Agility, mesmo comendo rações super premium (qualidade máxima), ainda ocorre a necessidade de complementar sua alimentação com suplementos.
Outras causas de obesidade
Estima-se que 25% dos cães sofram de disfunções hormonais e 15% tenham a chamada “obesidade do stress”, que ocorre por falta de atividade, solidão e, em alguns casos, até por carência de atenção, o que leva o cão a consumir alimentos em excesso como forma de aliviar a tensão (cão insaciável).
Complicações devidas a obesidade
As conseqüências imediatas, como diminuição da resistência, contornos pouco graciosos, etc, não são nada em comparação com as múltiplas complicações que se podem produzir:
- Altos riscos cirúrgicos;
- Predisposição a diabetes;
- Dificuldades cardio-pulmonares;
- Transtornos no aparelho locomotor;
- Patologias nas funções reprodutivas;
- Predisposição a enfermidades infecciosas e transtornos cutâneos;
Como vencer a obesidade
- O dono precisa convencer-se do estado de obesidade de seu cão (cão gordo não necessariamente é um cão bem tratado. Isso é coisa do passado);
- Caso seu cão alimente-se de ração, siga rigorosamente as indicações do fabricante quanto a quantidade de ração a ser fornecida;
- Não deixar ração a vontade;
- Fracionar a ração ao longo do dia para que o cão tenha sempre a sensação de estar saciado, ou seja, no lugar de dar 300g de uma só vez, fornecer 3 refeições de 100g;
- Dispensar as guloseimas: o biscoito pela manhã, o pedacinho de queijo a tarde, o bifinho a noite, etc;
Estes petiscos, na maioria dos casos, são utilizados de forma incorreta. Na verdade, foram criados para serem dados ao cão durante o treinamento, como prêmios, um incentivo ao aprendizado. Vale esclarecer que biscoito algum faz o milagre de limpar os dentes do cão (isto é puro marketing para aumentar as vendas do produto). O que limpa os dentes é a ação mecânica de roer ossos ou a escovação periódica.
- Fazer com que o cão faça exercícios regularmente;
Se após todas estas medidas seu animal continuar com excesso de gordura, é indicado estabelecer um programa preciso de emagrecimento junto ao veterinário que o trata. Este poderá utilizar alimentos dietéticos industrializados, uma dieta caseira, exercícios, etc.
Adaptação do texto de Dra. Marília Russi de Carvalho (CRMV-SP 3652)
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